quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Sagrado, Secreto e Sinistro: 666
O “temível” e suspeito número 666 parece causar muito burburinho quando mencionado em quaisquer lugares. Mas sem divagar demais em muitas teorias e preconceitos religiosos, o número 666 encerra significações cabalísticas draconianas, ocultistas e psicológicas, o que nada tem a ver com o Diabo ou com o mal do mundo.
Seis é o número da esfera do Sol, o que representa, em nível humano, o Eu Superior em seu aspecto luminoso, a inteligência manifestada, a mente expandida. O Sol e o número 6 também podem ser representados pelo hexagrama e pela cruz (um símbolo bastante antigo e pré-cristão), que é desdobrada e desenvolvida a partir do cubo, que é um sólido geométrico de seis lados. Desdobrado na cruz invertida, esta simplesmente representa uma espada apontada para cima, um shiva-linga, quer dizer, um falo (símbolo solar, masculino) unido à vagina (o traço horizontal da cruz).
O Sol está situado – na Árvore da Vida e da Morte cabalística – nas esferas de Tiphareth/Thagirion (a “Beleza” e o “Ardente Sol Negro”), que é um nível de evolução no qual o indivíduo atinge um alto grau de autoconhecimento e autoconsciência. Mas para que a evolução seja completa e a sabedoria seja internalizada, é preciso conhecer o lado sinistro do sagrado e secreto Eu Superior (pois nada existe somente com uma face). E esse lado sinistro do Dragão de Sabedoria, do Eu Superior, é expresso pelo número 666, já que sua multiplicação e soma finalmente resultam sempre no número noturno da Lua, ou seja, 9, que é também o número do leão-serpente (teth, ט), a união entre o masculino e o feminino. A Lua representa a noite, o oculto, o secreto, o subconsciente e o sinistro (sombrio e “esquerdo” como o aspecto feminino e sexual do universo e da psique humana). Entenda-se que “sinistro” não é aquilo que seja maligno nem malévolo, ou coisa semelhante; sinistro é “esquerdo”, e no contexto prático e metafísico draconiano indica a presença de elementos sexuais, femininos poderosos, instintivos e subconscientes (a maior fonte de poder de um iniciado e de um filósofo oculto). Portanto, nada há de maligno nisso nem tem a ver com qualquer fantasia paranoica do Diabo (pois este não existe). Afinal, nós temos o lado direito e esquerdo de nosso corpo, temos a mão direita e a esquerda, o lado direito e esquerdo do cérebro, etc.
Fique só com o lado direito, então, e você verá o quão simétrico, equilibrado, harmonioso e belo você parecerá!
Na prática da filosofia oculta e do draconismo, 666 é o número da força obscura e agressiva do Eu Superior, o número do aspecto sombrio da Inteligência Solar do Daemon individual. Mas é também o número de Sorath, o Espírito do Sol, a força solar agressiva e impetuosa que impulsiona a evolução. Esse número, 666, pode ser extraído do Quadrado Mágico Solar, ou Kamea, que é dividido em 36 partes, ou quadrados menores numerados, cuja soma total é 666, o número do próprio nome de Sorath extraído pelo cálculo de suas letras hebraicas. Desse quadrado, para fins práticos, também é extraído o sigilo de Sorath, ou Deggial, como também é chamado. Sorath-
Deggial é a verdadeira Besta da Revelação, a Besta 666, a correspondente revelação microcósmica do próprio Eu com seu animalismo (não confundir com animismo) natural, primitivo e intrínseco que se torna autoconsciente; é a revelação do conhecimento com compreensão, da Gnose, e da Sabedoria das sombras (o subconsciente e o aspecto feminino, Sophia/Shakti/Shekinah).
O número 36 (3×6, 666) igualmente resulta em 9, a Lua, a consorte do Sol Negro (a Grande Besta, o Dragão de Sabedoria), demonstrando assim o equilíbrio entre as forças duais (como dois pilares) do universo e do ser humano, a união entre o feminino e o masculino, entre as trevas e a luz, entre o subconsciente e o supraconsciente, etc. A Lua é a yoni (vagina) de Shakti, e o Sol Negro é o linga (pênis) de Shiva, e sua união resulta finalmente em 9, a esfera do sexo, não somente o sexo humano, fisiológico e anatômico, mas principalmente o sexo metafísico de todas as forças que são unidas para criar algo no universo e na natureza
visíveis e invisíveis.
Tal união, como toda união entre forças opostas deveria ser, resulta em uma terceira força que é, no ser humano, o nascimento da autoconsciência e o renascimento do autêntico e completo ser humano em seu alto grau evolutivo, ou seja, o Homo veritas (o humano verdadeiro). As forças opostas não se opõem, mas se unem para criar. E o ser humano verdadeiro autoconsciente, não um mero humanoide autômato, cria a si mesmo a cada etapa evolutiva. O número 666, portanto, é o número do Homem, do Anjo Guardião e da Besta (o Eu Superior, o Dragão) com suas forças em equilíbrio e com a sabedoria das Sombras e da Luz.
Contudo, as pessoas cuja compreensão parece não ir além de interpretações limitadas e condicionadas e com base em suas ideias oriundas de dogmas enganosos seculares, há muito tempo acreditam piamente que o número seiscentos e sessenta e seis seja satânico, “sujo” e sinistro. Os textos bíblicos disseminaram muitas ideias que seriam motivo de sarcasmo por parte de Satã, se ele realmente existisse como a maioria das pessoas imagina. Se tal número é da besta, besta é o próprio o homem, segundo o texto bíblico, pois “(…) calcule o número da besta, pois é o número do homem (…)”; em essência, a espécie (besta) humana é obviamente uma espécie animal. Assim, cada indivíduo tem a escolha de buscar ser uma Grande Besta sábia, pois o 666 é a face sagrada, secreta e sinistra do Ser autoconsciente.
Adriano C. Monteiro é escritor de Filosofia Oculta, membro de diversas Ordens e autor da Tetralogia Draconiana
http://www.viadraconiana.tk
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Michelângelo, Yod-Heh-Vav-Heh e Deus
Na imagem acima, de autoria do mestre Michelangelo, pode-se ver uma das interpretações mais bonitas do conceito de Deus. Ateus e crentes normalmente não têm capacidade para entender ou compreender a beleza desta imagem nem o seu significado: isso terá de ser explicado pelo ocultistas.
Antes de começar, precisamos entender alguns pontos que serão cruciais para a compreensão do que é “Deus” para os Alquimistas e Cabalistas. Ao contrário dos crentes e ateus, que pensam que divindades são seres literais e ficam brigando como crianças para ver se eles existem ou não no Plano Físico, ocultistas tem plena consciência que deuses são símbolos.
Como tais, é necessário respeitar os símbolos (não venerá-los) e compreendê-los para tornar nossa vida melhor e mais completa.
A Capela Sistina
A “Cappella Sistina” é uma capela situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na Cidade do Vaticano. É famosa pela sua arquitetura, inspirada no Templo de Salomão do Antigo Testamento, e sua decoração em afrescos, pintada pelos maiores artistas da Renascença, incluindo Michelangelo, Rafael, Bernini e Sandro Botticelli, todos ocultistas e rosacruzes.
A capela tem o seu nome em homenagem ao Papa Sisto IV, que restaurou a antiga Capela Magna, entre 1477 e 1480. Durante este período, uma equipe de pintores que incluiu Pietro Perugino, Sandro Botticelli e Domenico Ghirlandaio criaram uma série de painéis de afrescos que retratam a vida de Moisés e de Cristo, juntamente com retratos papais e da ancestralidade de Jesus. Estas pinturas foram concluídas em 1482, e em 15 de agosto de 1483, Sisto IV consagrou a primeira missa em honra a Nossa Senhora da Assunção.
Desde a época de Sisto IV, a capela serviu como um lugar tanto para religiosos, como funcionários para atividades papais. Hoje é o local onde se realiza o conclave, o processo pelo qual um novo Papa é escolhido.
É muito famosa por esta imagem, que está em seu teto, mas o que pouca gente sabe é que o conjunto de imagens da Capela Sistina retrata uma ÁRVORE DA VIDA, com cada afresco representando simbolicamente uma Esfera através de passagens bíblicas cuidadosamente escolhidas.
A disposição das imagens segue a correspondência das esferas em quatro Árvores sobrepostas (um dia juntarei paciência para fzer um post só sobre isso) mas hoje falarei apenas sobre uma das imagens:
Adão e Deus
Esta imagem é uma das obras primas de Michelângelo, pela sua beleza e também pela inteligência e capacidade de captar e trabalhar símbolos, além de demonstrar grande conhecimento da Kabbalah e de seu simbolismo dentro da alquimia.
Vamos começar por um dos nomes de Deus, que é retratado nesta imagem: YHVH (yod-heh-vav-heh)
Nada no hebraico antigo está ali por acaso. A linguagem é uma das mais belas que existem porque foi construída a partir da matemática e do simbolismo. Palavras e números possuem correspondência (muito muito muito longe da palhaçada que os esquisotéricos chamam de “numerologia pitagórica”) e seus símbolos se conectam em valores éticos que são válidos em qualquer período.
Vamos aos exemplos:
Começamos por examinar cada letra separadamente.
Vav conecta Chesed a Hochma: é a essência simbólica do que está dentro do Santo Graal; o que move os alquimistas, ocultistas e cientistas: a busca pelo desconhecido que ainda está oculto.
Na Genesis (que é um livro totalmente simbólico), Deus cria Adão (yod) e Eva (heh-vav-heh). Adão “dá nome a todas as coisas do planeta” e HVH surge da lateral de Yod (a conexão entre as esferas de Hochma e Binah forma uma ligação cujo desenho é horizontal e que graças às imagens iconográficas e erros de tradução de crentes medievais, foi transformado em “costela”… Esta conexão entre Yod e EVE é escrito pela letra Daleth (“porta”) ou o portal entre dois mundos, o da ação e o da concretização, que vai desde o processo de formulação de uma idéia à gestação de um filho.
Adão representa a primeira manifestação da criação (Alef, ou “sopro” ou inspiração vinda do universo), que foi representada pelo “sopro divino que anima o barro (Barro = Malkuth, Mundo Material) e representa todo o processo científico de procurar respostas naquilo que ainda é desconhecido. O universo (Kether) já estava lá antes de chegarmos, o homem (Malkuth) é que está buscando entender o todo.
Eva (HVH) representa o Entendimento (Binah), ou o ato de se passar através de uma janela ou abertura (“HVH é “uma janela que é aberta até se tornar uma porta”… pense na imagem de uma abertura em uma tenda que é rasgada com um gancho até que esta abertura não seja apenas um ponto de ver o que se está adiante, mas algo maior que se possa efetivamente passar e chegar até este outro local… ). Assim, Heh se torna Daleth.
Adão + Eva = Y + HVH = YHVH = Deus.
[Mãos trabalhando] + [Teorias se Expandindo] = [Conhecimento do Universo].
Também faz referência ao nascimento (humano, de uma idéia, de um projeto, etc). Todas as idéias um dia foram suposições ou teorias que, através dos experimentos e da busca ou refinamento se tornaram algo sólido, no qual você não apenas vê o que está adiante, mas pode dar o passo e chegar lá (isso se aplica a MUITAS coisas… é um fractal).
Mas este processo não requer um homem e uma mulher, mas duas metades simbólicas de NÓS MESMOS. Uma união gay que traga para dentro dos universos daquelas duas pessoas novos conceitos, novas experiências e ampliação da consciência está perfeitamente enquadrada como manifestação divina nos termos hermeticos; um cientista ateu pesquisando sobre mosquinhas de fruta para estudar genética está buscando Deus (mesmo que não tenha capacidade para entender isso).
Então, voltando à fantástica imagem de Michelângelo, temos:
ou vai falar que é coincidencia?
Michelângelo, como Ocultista e Rosacruz, sabia que o deus verdadeiro está DENTRO de cada um e tinha consciência de representá-lo da maneira correta. A busca a Deus é a busca pelos próprios limites e a superação destes. É observar o que está além e estender a mão até alcançar e transformar janelas em portas.
O problema começo quando os crentes literalizaram o conceito do que é Deus (Kether) e os ateus embarcaram nessa furada e se tornaram a “negação aos deuses” e desceram pro mesmo nível merreca.
Toda a beleza da ARTE e do Simbolismo contido na Religião e nas Mitologias foi perdido (na verdade, não foi perdido, está OCULTO dos olhos profanos e protegido para as pessoas que saibam buscar). O mundo virou uma bagaceira de literalidades crentes versus a raiva irracional ao que não é racional dos ateus-fundamentalistas, que acham que magia é charlatanice porque “é obvio que não se pode transformar chumbo em ouro, isso é provado pela ciência” (não riam, o presidente dos ateus, que não vou revelar o nome para não ridicularizá-lo publicamente, pensa isso a sério).
Estudem os deuses. Eles são muito mais interessantes e com significados muito mais profundos dentro de você mesmo do que os crentes e ateus pensam. Alquimia é uma ciência muito mais elegante, justamente porque junta todo o conhecimento racional ao filosófico. Não foi à toa que todos os grandes nomes da humanidade da ciência, arte, música e literatura foram ocultistas.
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