segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Como você é manipulado sem saber


Você é manipulado(a), isso é fato. Em diferentes graus e de diferentes formas a mídia está controlando seu modo de pensar, de agir e até mesmo de ser.
Como no Brasil (e em vários outros países), temos que lastimar o fato de que a maioria da população está inserida na classificação “alvo fácil da mídia”, os exemplos desse artigo podem até não ser completamente aplicáveis a você, mas saiba que se aplica à maioria do povo.
O controle da mídia
Não adianta teorizar demais. Vou resumir o fato da manipulação pegando alguns exemplos recentes e mostrando o “passo a passo” da manipulação que todos sofremos.
  1. Uma criança morre. Apesar de que crianças morrem a cada hora no Brasil das formas mais cruéis e inimagináveis, nesse caso um ou outro ponto chama um pouco mais a atenção: é uma família de classe média e a menina é jogada do sexto andar de um prédio.
  2. Agora entra o que chamo de “a isca”: As emissoras de TV e outros veículos de informação  passam a notícia normalmente, como se fosse mais uma notícia como todas as outras tragédias. Com a tecnologia de hoje, os veículos de informação conseguem medir o grau de interesse do povo em determinado assunto. No caso dessa notícia, há uma pequena variação – nada alarmante – mostrando um pouco mais de interesse nessa notícia. O povo então é fisgado.
  3. A notícia teria durado poucos dias (senão um só), mas uma emissora decide “investir” naquela notícia por causa do sutil aumento de interesse do povo, e solta uma notícia mais completa, dessa vez usando artifícios para mexer com as emoções do povo. É algo bem simples, se houve um pouco mais de interesse, então fica fácil aumentar mais ainda esse interesse despertando emoções no povo, como raiva, indignação, comoção etc (tragédias são ótimas iscas). Se essa tática dá certo, aí entra o que chamo de “avalanche”.
  4. Com os artifícios da emissora, o interesse do povo aumenta  muito e, agora sim, de forma significante, fazendo com que todas as outras emissoras e veículos de informação também comecem a investir mais naquela notícia. Em questão de dias, será o assunto mais falado.
  5. Para quem ainda não percebeu, a parte mais difícil da manipulação já aconteceu, que foi fisgar o povo. A partir de agora, os jornalistas, repórteres e empresas de comunicação, vão depositar todas suas fichas no caso e sugar cada gota de sangue, com notícias até mesmo inúteis, como “padrastro da prima do marido da irmã menina morta, toma banho nos alpes suíços”, mas que vão conseguir manter o povo com os olhos pregados na televisão, assistindo comerciais e recebendo “opiniões pré-fabricadas” direto na cabeça. O que o jornal insinuar, vira lei. Nesse momento o povo está praticamente escravizado.
  6. Durante semanas, os jornais vão focar somente nessa notícia e nos seus mais estúpidos detalhes, até que, quando detectarem o início de um desinteresse, vão jogar várias outras notícias de crianças mortas. Até mesmo se um pai der um puxão de orelha no filho em praça pública, será noticiado (coisa que antes nunca seria notícia). Qualquer coisa relacionada à maldade com crianças será mostrada como um grande furo de reportagem para aproveitar o sentimento que foi criado entre o povo – fabricado. Tudo isso se alternando com resquícios da já completamente devorada notícia da criança que caiu do sexto andar e o andamento do caso.
  7. Agora o povo já está em frente ao tribunal fazendo um show. É um circo de horrores onde inúmeros “juízes” já julgaram com “suas” (destaco as aspas)  opiniões até a sexta geração dos réus.
  8. Algumas semanas depois, não se fala mais nisso. Passou. Notícias relativas a isso só aparecerão agora quando algo mais interessante ocorrer (antes se noticiava até os banhos dos réus que, continuam tomando banho, mas não é mais noticiado).
  9. A mídia agora precisa fisgar o povo novamente e, alguma isca vai funcionar e tudo vai recomeçar.
Isso ocorre com acidentes aéreos, assassinatos e várias outras notícias “trágicas” -  minha aposta para a próxima carnificina é a advogada que foi morta e jogada junto com o carro num lago. Pense bem: você não tinha tanto interesse naquela notícia, esse interesse lhe foi imposto.
Porque isso ocorre? É simples. Não é por maldade, é por interesse. A mídia jamais conseguiria fazer isso sozinha, precisa da ajuda de suas vítimas. Precisa da falta de instrução, precisa da falta de cultura, da falta de identidade do povo. E isso em países como o Brasil é a coisa mais fácil de encontrar. A mídia e os políticos usam muito bem esse ponto fraco. Se uma emissora não destroça uma notícia como as outras emissoras estão fazendo, vai perder audiência. Se um político não explora a ignorância do povo, vai perder votos para os outros que o estão fazendo. Money, money, money.
É um círculo vicioso que dificilmente vai ter fim.
Existem ainda “iscas” mais certeiras e premeditadas, como o carnaval, a copa do mundo etc. Com esses eventos já há um preparativo para fazer o povo comprar isso ou aquilo, fazer isso ou aquilo e vários “issos” e “aquilos” em diante.
A midia cria opiniões e, através dessas opiniões, domina o mundo.
Por Christian Gurtner

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